Homenagem a Vitalino Fonseca Junior.

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Dr. Vitalino, Vito, Vitin, Bugí, vários eram os codinomes, dizia com orgulho, que seu pai, nasceu século 19, ele no século 20 e o filho mais jovem Victor Hugo, no século 21.

Durante a sua passagem terrena, viveu a transformação do sertão Urucuiano, foi para a cidade, estudou, rodou o mundo. Saiu do sertão, mas o sertão nunca saiu dele. E na primeira oportunidade retornou para o seu sertão encantado.

Amante das letras, de Guimarães Rosa, pois, rio seu de amor era o Urucuia.

Como advogado, era matreiro, fazia cara de bobo, e com sua mineirice Urucuiana, comia o mingau pelas beiradas.

Contador de causos, de papeatas, que usava com maestria no tribunal do júri, colocando os oponentes mais aguerridos no bolso.

Como bom Urucuiano, era devoto de Nossa Senhora da Pena, gostava de folia, de cavalgada, de churrasco.

Trazia de berço a tradição do bem receber, acolhia a todos desde os mais humildes aos mais poderosos.

Vitalino agora é mais um membro da comitiva dos Urucuianos no Céu, e faz fileira com diversos tropeiros que o aguardavam.

Seu Pai véio Vitalino,

Délio Prado,

Nézio Procópio,

Clarindão,

Pedro Bito,

João Botão,

Nilo Procópio,

Vadote,

Hemetério,

Véio Antonino,

Cesário Rodrigues,

Antonino Rodrigues,

Petronílio também estará lá,

Hoje tem pega de ribada, e braveza, no Chapadão das cabeceiras do Pernambuco, debaixo dos cascos da tropa, o chão do Céu vai tremer, Taquaril vai pipocar, as folhas dos buritizeiros vão balançar. Canguçu vai esturrar, e o som do latido do cão leal vai ecoar sofrido por entre os boqueirões do sertão Urucuiano.

E cá de baixo só vamos escutar o estampido do trovão, e o clarão dos raios.

Vá com Deus meu amigo!

E mande lembranças a todos os Urucuianos que estão do lado de lá.

Hosana Faria 01/04/2021

 

 

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