Emancipação de Buritis

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De acordo com relatos históricos, nos anos 50 uma estrada de péssima qualidade que dava passagem a Formosa em Goiás, foi aberta a machado, enxadão, foice e picareta, sob a influência de diversos homens como Pedro Valadares Versiane, José Gomes Pimentel, Antonino Lopes, Vitalino Fonseca Melo, Manoel Anjo do Bonfim, Pedro Pereira, Poti Joaquim Ramos, Marcol, Revalino Durães, entre outros.

Diante de tantas dificuldades superadas com suor, resistência e com a força no trabalho braçal do sertanejo urucuiano, no início da década de 60 os homens locais conseguiram comunicação com o então desembargador João Batista, para falar sobre a ausência de recursos na abertura de estradas para automóveis. Este desembargador levou o caso para os deputados federais e estaduais em Brasília, requerendo ajuda para comprar maquinários e outros recursos necessários na abertura de novas estradas.

Uma segunda ação foi colocada em prática através de uma reunião com o deputado mineiro Manoel José de Almeida e com o prefeito de Unaí, José Adjuto Filho. Visando a emancipação de Buritis, um documento citando a criação de leis foi enviado ao intendente Romeu Gonçalves de Araújo, no início da década de 60. Nessa época, João Honorato Filho atuava como vereador de Buritis em Unaí, pelo partido da oposição.

A partir desse momento começa a efetivar dados estatísticos para a futura emancipação do povoado. Ulisses Pereira dos Santos (Nego Fiscal) foi designado para atuar como fonte dessas informações e ajudante do intendente. Sem perder tempo, Nego Fiscal, auxiliado pelo vereador João Honorato, apresentou rapidamente estatísticas daquele povoado. Eram 533 escrituras de fazendas, números de produção de tropas, gado, equinos, caprinos, suínos e cereais. Foram registradas 122 casas, somando 4.700 pessoas entre os perímetros urbano e rural.

É importante lembrar um grande nome nessa mesma época em Buritis, o senhor José Gomes Pimentel, homem atuante, comerciante e vereador, que havia falecido pouco antes, em 1961 e que muito se esforçou para o desenvolvimento do povoado, embora não tenha alcançado isso em vida.

Diante dos fatos e da necessidade da criação do município, a emancipação política de Buritis se deu no dia 1º de março de 1963, no Grupo Escolar Cândido José Lopes (atual Escola Estadual José Gomes Pimentel) na Praça Salgado Filho. A instalação se deu através de ato governamental presidido pelo intendente Romeu Gonçalves de Araújo, com a presença do deputado estadual Jorge Vargas, do vice-prefeito de Unaí, Sebastião Versiany, de Frei Pio Bars e da população local. Ao meio dia desta data, deu-se a instalação do município de Buritis e do distrito de Serra Bonita, uma grande e determinante conquista para a população, que aguardava ansiosa esse importante acontecimento.

Romeu Gonçalves de Araújo permaneceu no cargo de administrador de Buritis até 30 de agosto de 1963, data em que João Honorato, primeiro prefeito eleito tomou posse. A primeira eleição foi em 30 de junho do mesmo ano, onde João Honorato Primo e Zé Dentista, ambos do PSD, venceram por uma pequena diferença de votos, os candidatos Pedro Valadares Versiane da UDN e seu vice, Orlando de Souza Prado, do PTB.

A primeira Câmara Municipal foi eleita em 30 de junho de 1963 e empossada em 30 de agosto, composta pelos vereadores Elizeu Nadir José Lopes (Presidente da Câmara), José Pimentel Filho, José Fonseca Melo, Dirceu Francisco Pires, Joaquim Ferreira, Nêgo Fiscal e Antonio Furtado de Almeida.

Assim, estava definida e formada a primeira classe política que compôs os poderes executivo e legislativo municipal, dando início a um novo momento na história de Buritis.

Texto: Gilberto Valadares.

Fonte: Raízes e Cultura de Buritis no Sertão Urucuiano – Oscar Reis Durães

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